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THE HURDY-GURDY
A VIELA DE RODA

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Raine Holtz's signature instrument, the hurdy-gurdy is one of the most obscure and rare musical instruments in the world, having a small community of players in Brazil, being Raine one of the pioneers in its contemporary use.

Possibly originated from the European and Middle-Eastern bowed vielles, the first incarnations of the instrument come from the IX century, ilustrated in iconography on Santiago da Compostela churches in its most primitive form, the organistrum, large instrument meant to be played by two seated people.  In time, it was adapted for only one musician, and became a popular fixture of the peseant folk's traditions. Common in countries such as France, Spain, Galicia and Hungary, the hurdy-gurdy had its prime during the Renaissance, when it was incorporated in the French court during their bucolic fad, and suffered great changes in its appearence and functionality, becoming what we know today as a proper "hurdy-gurdy". During the French Revolution it almost vanished, and very few registers remained, and it returned to its folk roots, although it suffered little changes in galician and hungarian traditions. Nowadays there are a few luthiers in Europe and the United States dedicated exclusively to the craft of the hurdy-gurdy, using historic plants and models to make this curious instrument available to us.

The hurdy-gurdy is a bowed stringed instrument from the family of the violin. It has a number of strings (mainly 6) usually tuned in either one of two scales: the traditional G, or a modern D. The strings are placed upon a wooden wheel coated with resin, and wrapped in cotton to create the proper fricction necessary for the production of sound. As the wheel is turned by means of a crank device at its right side, music is created, and the chanting strings, the two main strings at the center of the instrument, go through a keyboard box, where they are pressed in different sections by tangents in the keys to produce octaves.  Additional strings outside of the keyboard box are drone strings. One of the key singularities of the hurdy-gurdy, probably derived from the ancient tromba marina, is a tiny wooden device placed below one of the drone strings (trompette string): the chien, as it is called, vibrates against the wooden body of the instrument as pressure is applied to the trompette, and a buzzing, rhytmic sound is created, used as a percussive addition. 

 

Part of ancient, partially forgotten traditions, the hurdy-gurdy benefits today from a revival in folk scenes, and is introduced in other genres thanks to the technological advances and resources that allows it to become increasingly versatile. Raine Holtz uses the hurdy-gurdy with many influences on her unusual work, being the pioneer in the use of the instrument as a street musician in Brazil.

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Característico de Raine Holtz, a viela de roda é um dos instrumentos musicais mais obscuros e raros do mundo, contando com uma comunidade pequena, embora crescente no Brasil, sendo a artista uma das pioneiras em seu uso na atualidade nacional.

Originada provavelmente das vielas de arco Européias e do Oriente-Médio, os primeiros registros da viela de roda datam do século IX, ilustrada nas iconografias das igrejas de Santiago da Compostela em sua forma mais primitiva, o organistrum, grande instrumento musical tocado por duas pessoas sentadas. Com o passar do tempo, ele foi adaptado para o uso de apenas um instrumentista, e se tornou popular objeto do tradicionalismo camponês Europeu. Comum na música tradicional de países como França, Espanha, Galícia e Hungria, teve seu auge definitivo no período Renascentista, quando foi tomada pela corte Francesa como um dos diversos símbolos do resgate bucólico estético em que viviam, e sofreu grandes alterações em sua construção para se tornar o que conhecemos e reproduzimos hoje. Durante a Revolução Francesa, a viela de roda quase encontrou seu fim, e pouquíssimos registros permaneceram no país, e ela retorna ao povo comum e suas raízes rurais, embora tenha permanecido praticamente inalterável na tradição galega e húngara. Atualmente, poucos e dedicados luthiers espalhados pela Europa e Estados Unidos ainda recriam a viela de roda seguindo diversos moldes históricos e regionais, disponibilizando este curioso costume musical para músicos empenhados em pesquisas históricas e recriações medievais.

A viela de roda (ou hurdy-gurdy no inglês, seu nome mais popular) é um instrumento de cordas da família do violino. Possui um jogo de cordas de quantidade variável (em geral 6) tradicionalmente afinadas em duas afinações: a tradicional na escala de Sol, e a mais moderna na escala de Ré. Estas cordas são dispostas pelo instrumento passando por cima de uma roda de madeira resinada com breu, e envoltas em algodão para ocasionar a fricção necessária para a produção do som. Conforme a roda é girada através do uso de uma manivela ao lado direito, a música é criada, e as cordas centrais, chamadas de cantoras, passam por dentro de uma estrutura chamada caixa de teclas, onde são tocadas por tangentes de madeiras em pontos específicos acionadas por um teclado diatônico ou cromático, e assim produzem duas oitavas. As cordas adicionais que não passam por dentro da caixa de teclas desempenham a função de bordões e pedais, notas contínuas que acompanham a melodia criada, geralmente em modo modal. Uma das maiores singularidades deste instrumento, provavelmente advinda como herança das antigas trombas marinas, é a peça de madeira móvel disposta abaixo de um destes bordões, chamada chien. O chien vibra contra o corpo do instrumento de acordo com a pressão e velocidade aplicadas à manivela, e faz um zumbido característico e agudo, usado como artifício percussivo.

 

Parte de tradições antigas veladas em segredo, a viela de roda hoje se privilegia de um ressurgimento além do meio folk e de recriações medievais, e atinge outros gêneros e usos musicais graças ao avanço tecnológico que adiciona diversos recursos a ela, tornando-se cada vez mais versátil. Raine Holtz usa a viela de roda carregada de influências em seu trabalho singular, sendo a pioneira no uso deste instrumento tão velado em elitismo nas ruas como uma vielista de saltimbancos.

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