In 2016, with the release of the album “Eidolon”, I was beginning to understand that Through Waves was running out of fuel. After a lovely concert playing songs from that album in 2017, I announced to whoever cared about the work that I would no longer produce music for it. What followed was nearly 3 years of silence.
I had grand visions and expectations when I created Through Waves as a teenager. It started out as a school project with some friends, some cover songs and generally bad taste. It showed in the first few demos we released. I ditched everyone when I decided to record an album, and during my bouts of adolescent depression I understood the project to be quite an amazing opportunity to heal myself, as if depression was something one could heal on their own. It isn’t, and I spent over a decade writing music as a form of therapy. It worked for a while, until it didn’t anymore. I released two demo albums before the 2012 work “Santuário” pleased me enough and got recognition enough to be called a proper album. Then three more followed. All during my transition. It is everything so bleak and painful. My voice changed so much. I cannot bear listening to any of that because it is just too overwhelming. In a fit of rage in 2017 I threw away every single bit of nautical décor I had in my home. The ocean is such an ache, because I allowed my pain to be as vast and engulfing as the ocean. I used to bear anchor pendants all the time, weighing me down. It wasn’t therapy anymore: it was penitence. Chained to my pain, unable to grow out of it. Married to a concept and an identity. And still trying to be something else.
When you transform your pain in your career, it can really go only so far. And I decided to step away from it. It isn’t healing when you’re proud of your hurt. Through Waves served its purpose and I made some damn good albums with it. But it is too much, now. I am a grown woman. I finally decided I don’t have to be sad all the time. I understood myself to be much more than that. And the name “Raine Holtz” encompasses this fact. To make new music with my old name is a stand. A gesture of faith.
Cherish Through Waves’ music, my dear friends, so I don’t have to. And when you’re ready to bury it as well, come here. I have new things to show.
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Em 2016, com o lançamento do álbum “Eidolon”, eu começava a entender que o Through Waves estava perdendo a força. Após um adorável concerto tocando músicas daquele álbum em 2017, eu anunciei a qualquer um que ainda se importava com o trabalho que eu não mais produziria música para ele. Seguiram então três anos de silêncio.
Eu tinha grandes visões e expecativas quando criei o Through Waves enquanto adolescente. Ele começou como um projeto de escola com amigos, algumas canções covers e muito mau gosto no geral. Ficou claro com as primeiras demos lançadas. Eu despedi todos os amigos quando decidi gravar um álbum, e durante meus acessos de depressão adolescente eu entendi que o projeto seria uma incrível oportunidade de me curar, como se depressão fosse algo que pudéssemos curar sozinhos. Não é, e eu passei mais de uma década escrevendo música como forma de terapia. Funcionou por um tempo, até não funcionar mais. Eu lancei dois álbuns demos antes de “Santuário” em 2012 me agradar o suficiente e ter reconhecimento suficiente para ser chamado de álbum. E então três outros vieram em seguida. Todos durante a minha transição. É tudo tão sombrio e doloroso. Minha voz mudou tanto. Eu não consigo ouvir nenhum deles porque é tudo muito esmagador. Em um surto de raiva em 2017 eu joguei fora todos os itens de decoração náutica da minha casa. O oceano é uma dor tão grande, porque eu permiti minha dor ser tão vasta e a tudo engolir como o oceano. Eu costumava carregar pingentes de âncora, me arrastando para as profundezas. Acorrentada à minha dor, incapaz de crescer além dela. Casada com um conceito e uma identidade. E ainda sim tentando ser outra coisa.
Quando você transforma sua dor em sua carreira, não dá pra passar de um certo ponto. E eu decidi me distanciar disso. Não é cura quando você tem orgulho da sua ferida. Through Waves serviu seu propósito e eu fiz álbuns ótimos com ele. Mas é demais, já. Eu sou uma mulher adulta. Eu finalmente decidi que não preciso estar triste o tempo todo. Eu me entendo como muito mais que isso. E o nome “Raine Holtz” contempla este fato. Fazer música nova com um velho nome é resistência. É um gesto de fé.
Estimem a música do Through Waves, meus amigos, para que eu não precise faze-lo. E quando vocês estiverem prontos para enterra-la também, venham aqui. Eu tenho coisas novas para mostrar.